terça-feira, 26 de abril de 2016

Simpósio AAPBB parte X

PALESTRAS DA DRA. TANIA KADIMA e ANDRÉ MASCARENHAS

Após o almoço, de 14.00h até 15.20h, teve início a apresentação do Painel 5 – CASSI, com as palestras da Dra. Tania Kadima e André Mascarenhas. De 15.20h até 16.20h, aconteceram os debates.

Curriculum de ANDRÉ MASCARENHAS

Funcionário Aposentado do Banco do Brasil. Integrante do quadro da primeira turma de “novos gestores” (FEA/USP). Formação de altos executivos (UFBA). Administrador de Agências nível 1 e classe especial, período de 1997 a 2012. 
Formação: Administrador de Empresas (UCSal), especialista em administração financeira (CENID), Lato Sensu em marketing (PUC-RJ), Mestre Gestão de Organizações (UNEB),  CRA-BA9475.
Palestra de ANDRÉ MASCARENHAS
André Mascarenhas fez um longo relato técnico, citando números, fez comparações estatísticas, amparado em uma série de planilhas sobre dados contábeis e balanços, em que tentou mostrar a fragilidade atual da CASSI, situação que já era do conhecimento da maioria dos presentes ao debate em referência.
Em nenhum momento, abordou nenhuma das causas que   levaram a CASSI à condição em que se encontra atualmente. E, como não podia deixar de ser, em razão de não falar sobre esses aspectos em sua limitada exposição, não citou nenhuma medida que pudesse ser adotada para reverter essa situação.
Essa abordagem levou frustação à maioria dos presentes que esperavam que André Mascarenhas fizesse uma palestra focada em apontar soluções e não somente críticas para reestruturar a CASSI.
A certa altura de sua exposição, André Mascarenhas foi aparteado pelo companheiro Adolpho Gonçalves Nogueira, que é contador e professor universitário com apresentação de cursos, palestras e afins, bem como instrutor do DESED. Adolpho Nogueira também apresentou cursos voltados especificamente a conselheiros indicados pela PREVI, bem como a colaboradores desse fundo de pensão. 
Adolpho Gonçalves Nogueira fez seu aparte, em virtude de André Mascarenhas ter feito afirmação   capciosa, dizendo que a PREVI tem investidos 65% de seus recursos em ativos de renda variável. Na verdade, os números atuais são: 47% no Plano 1 e 25% no Plano 2 (Previ Futuro). Talvez por despreparo ou má intenção, deixou de levar em conta, em primeiro lugar, que há um limite para tal aplicação, o qual, se ultrapassado, obrigará a PREVI a desfazer-se de papéis. Na oportunidade, Adolpho Nogueira disse aos presentes que, apesar do “equívoco” do Sr. Mascarenhas, todos estavam torcendo para que o percentual das aplicações se elevasse, pois, denotaria valorização do patrimônio da Entidade em virtude da valorização dos seus papéis na Bolsa. 
Dentro de minha apreciação pessoal, a palestra do Sr. André Mascarenhas foi falha, incompleta, maçante e fugiu inteiramente ao enfoque do que esperavam os presentes naquele simpósio, que era a apresentação de soluções para o equacionamento dos problemas pelos quais   passa a CASSI. 
Curriculum de TANIA KADIMA
Tania Kadima é médica aposentada do Banco do Brasil, tendo atuado no CEASP/RJ; CASSI/RJ e CliniCassi-Copacabana.
Há 10 anos é Diretora Executiva da autogestão Mútua dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro, com 5 (cinco) Programas de Prevenção aprovados pela ANS, e responsável pela gestão assistencial e da Operadora, que foi avaliada com nota máxima pela ANS em todas as dimensões e classificada em BAIXO RISCO assistencial (10º lugar entre 632 operadoras).
Formação: Médica com especialização em Pediatria, Médica do Trabalho e Nutrologia.
Especialização em Gestão por resultados, produtividade e inovação (Universidade Federal de Santa Catarina).
Concluinte de MBA em Gestão Estratégica em Marketing e MBA em saúde, ambos pela USP/SP.
Concluinte do Mestrado Internacional pela Universidade de Rotterdan (Holanda) em Empreendedorismo e Consultoria, convênio com a USP.
Advogada, tendo cursado Escola Superior do Ministério Público e Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro.

Palestra de TANIA KADIMA 

A palestrante Tania Kadima apresentou uma formação acadêmica sólida e uma atuação profissional que, à primeira vista, causa a melhor impressão.
Em relação à sua atuação na Mútua, restou-nos uma dúvida pois, ao analisar o site da Mútua, foi verificado que a gestão do órgão em sua totalidade é feita por desembargadores e juízes, bem diferente da informação prestada pela palestrante. A sua função naquele órgão é tão somente de Diretora Executiva de Programas.
No decorrer de sua exposição, no entanto, toda a impressão positiva em relação ao seu diversificado curriculum, caiu por terra.
Começou por se ressaltar a sua atuação no CEASP/RJ há 20 anos atrás, quando a realidade da CASSI era completamente diferente da situação atual.
Mudou tudo e mudou para pior. 
Hoje, o nível salarial do funcionalismo do BB desabou com a adoção de um novo PCS – Plano de Cargos e Salários e com reajustes salariais que não acompanharam a escalada inflacionária. Em consequência disso, a categoria empobreceu.
Por outro lado, os custos médicos dispararam. Surgiram novas técnicas médicas, novos exames mais sofisticados e mais caros, remédios e tratamentos mais dispendiosos.
Houve um descasamento entre as contribuições patronais e funcionais, cujos valores despencaram, e os custos médicos que subiram a níveis estratosféricos.
Agora, para piorar a situação, o patrocinador, o BB, quer abdicar dos compromissos que assumiu com seu quadro funcional no passado, que era um dos atrativos para atrair os melhores quadros para o banco e formar um corpo funcional do mais alto nível. O BB está desenvolvendo uma política tacanha, sem visão e opressiva em relação ao seu funcionalismo, ao tentar retirar sua contribuição patronal à CASSI, que abrange a massa dos funcionários da ativa e os aposentados do BB. Dessa forma, propositalmente, está jogando o funcionalismo e a CASSI em uma situação aflitiva, ao ameaçar não pagar a parcela patronal como foi acordado no passado, quando o funcionário, ao entrar no BB, era obrigado também, por imposição do BB, a entrar na CASSI. Era firmado um contrato entre os funcionários e o BB nesse sentido. Era um ato jurídico perfeito.
Com tudo isso junto, qual é o mérito da Dra. Tania Kadima ao enaltecer sua atuação de 20 anos atrás no antigo CEASP, quando a realidade da CASSI era outra completamente diversa das condições atuais?
A CASSI está passando por momentos difíceis em que se sucedem rodadas contínuas de negociações com o patrocinador – o BB, para reverter essa situação desesperadora.
A CASSI está adotando políticas criativas para minorar esse quadro. Está se tentando ampliar o plano de Estratégia Saúde da Família (ESF), que é um plano muito criativo de caráter preventivo para os associados da CASSI e que está tendo absoluto sucesso onde foi implantado, mas que, por enquanto, só atinge 40% dos usuários.  
A Dra. Tania Kadima criticou até a forma como a CASSI administra a Estratégia Saúde da Família (ESF), mas não detalhou as razões de suas críticas.    Sequer apresentou qualquer sugestão a respeito do assunto. Criticar sem resolver nada e sem apresentar nenhuma alternativa de melhora, é muito fácil, mas não resolve qualquer problema em relação aos assuntos abordados. 
Aliás, todas as pretensas soluções da Dra. Tania Kadima para resolver qualquer problema que a CASSI atravessa no momento, repousaram única e exclusivamente, na afirmativa de que é preciso fazer auditorias e mudanças na administração da CASSI, para aperfeiçoar o sistema e evitar desperdícios em todas as áreas.  
Esse discurso repetitivo da Dra. Tania Kadima, tornou-se um verdadeiro mantra em todas as suas falas.
Este próprio articulista, em um aparte, perguntou quais eram as sugestões que a Dra. Tania Kadima apresentaria para resolver a carência de recursos financeiros   pela qual a CASSI passa, e que é resultante das razões que apresentei acima. 
A resposta da Dra. Tania Kadima?  O mesmo mantra.
“Era preciso fazer auditoria e mudanças administrativas   na CASSI para aperfeiçoar o sistema e evitar desperdícios em todas as áreas. Aí sobrariam recursos. ”
Ou seja, fiquei sem resposta para o meu aparte, pois a Dra. Tania Kadima apelou para o mesmo padrão de resposta. Bem que poderia ter sido mais criativa. Certamente eu continuaria insatisfeito, mas não ficaria tão revoltado.
Outro questionamento à Dra. Tania Kadima, que transcrevo na íntegra, foi feito pela associada da CASSI, Sra. Vania Romeo Tomaz, representante dos Usuários no Conselho de Usuários da CASSI (RJ):
“A Resolução CFM 1980/2011, determina que as operadoras de saúde devem registrar-se nos conselhos regionais da jurisdição em que atuam, nos termos das leis 6839/80 e 9656/98.
O registro deve ser requerido pelo responsável técnico, em requerimento próprio, dirigido ao CRM da jurisdição. Os dados exigidos são: nome e número do CRM do médico responsável técnico ou do diretor clínico, CASO HAJA.
À luz do que determina o normativo, a CASSI possui e tem registrado um responsável técnico que é o Dr. Luiz Renato Navega Cruz, que ocupa o cargo de Gerente Executivo Técnico de Saúde.
Com que objetivo e baseada em que normativos, a senhora, em reiteradas vezes, como hoje, afirma que a CASSI não conta com um médico responsável e que descumpre a lei por não dispor na sua estrutura de um cargo de Diretor Médico?”
A resposta da Dra. Tania Kadima, desta vez, fugiu ao mantra mas continuou surpreendendo a todos:  ... a Vânia é uma defensora da CASSI !!
A resposta originou uma reação da participante que registrou que não defendia a CASSI e sim a verdade e a transparência. 
A palestrante seguiu relatando episódio de divergência entre as duas nas redes sociais (facebook), e a participante exigiu que ela se restringisse a responder ao que lhe fora perguntado.
A reação de ambas tomou proporção que mereceu intervenção da mesa. 
Quando retomou a palavra, a palestrante argumentou que só naquele momento tomava conhecimento do nome e da existência do responsável técnico, e que ela continuava questionando a sua omissão frente aos casos de demora de autorização de atendimento, relatados por ela. ”
Cabe acrescentar que, na CASSI, além do médico responsável junto à ANS, existem outros profissionais médicos.
A Dra. Tania Kadima citou, por várias vezes, que a CASSI tem recebido péssimas avaliações por parte da ANS. Mas não mencionou as razões que já explicitei   e que estão gerando crise na CASSI e, por consequência, avaliações negativas por parte da ANS. 
Naquele ponto da exposição da Dra. Tania Kadima, depois de constatar as diversas incoerências e a alienação (ou falsa alienação) da palestrante, em relação aos problemas que atingem a CASSI na presente quadra, nada mais me espantaria.
A CASSI encontra-se em situação de verdadeiro desespero. As reservas financeiras estão chegando ao fim e não estamos enxergando qualquer luz no fim do túnel, enquanto as rodadas de negociações com o patrocinador, o BB, não chegarem a um término.
Assim mesmo, apesar de médicos mais antigos, acostumados a consultas mais dispendiosas, estarem pedindo descredenciamento, outros médicos mais novos, mas também bem preparados, estão sendo admitidos. O mesmo ocorre em relação a hospitais com custos elevados que estão se descredenciando; nesse caso, outros centros hospitalares com custo mais reduzido e bem eficientes, estão sendo admitidos.
Apesar de tudo estar sendo revisto a fim de cortar custos em todas as áreas e manter o mesmo padrão de atendimento, as reservas financeiras estão escassas e, no contexto atual, em curto prazo, as contribuições funcionais e patronais, não vão conseguir cobrir as despesas da CASSI de forma adequada.
São por razões como essas que a mídia noticiou que, nos últimos meses, mais de 500.000 pessoas pediram o cancelamento de assistência em planos privados de assistência de saúde. E esse número tende a aumentar cada vez mais. Será que a Dra. Tania Kadima também vai acusar esses planos com as mesmas razões pelas quais acusa a CASSI?
Outra incoerência da Dra. Tania Kadima, é querer comparar o Plano Mútua dos Magistrados do Rio de Janeiro, que tem 5.000 associados, com a CASSI, de âmbito nacional, que atende cerca de 750.000 pessoas.
Dizer que o Mútua é um plano bem-sucedido e tem excelente avaliação pela ANS não representa qualquer mérito.
O Mútua é o que podemos chamar de “crème de la crème”, em termos de plano de saúde.
Administrar um plano de saúde como o Mútua é uma dádiva, um verdadeiro privilégio. 
Não existe a mínima condição de comparar a situação confortável do Mútua com a CASSI, que passa por uma verdadeira guerra para sua sobrevivência. 
São realidades completamente distintas.
Não é possível comparar a disponibilidade de recursos financeiros e a prestação de sofisticadíssimos serviços médicos prestados pelo Mútua com a atual carência financeira e a dificuldade pela qual a CASSI atravessa para prestar assistência médica de bom nível a seus associados. 
Aliás, no que tange a esse aspecto, ficamos com uma dúvida. Em nenhum momento, foi abordado pela Dra. Tania Kadima, qual é a origem das receitas do Mútua e qual a forma de contribuição ao plano.
Esse é um ponto importantíssimo a ser esclarecido no momento em que se fazem comparações.
A carência de recursos financeiros na CASSI reflete seus efeitos deletérios em todas as áreas.
A melhor definição para definir a situação pela qual passa a CASSI, está no ditado português que diz: “Em casa que não tem pão, todos gritam e ninguém tem razão. ”
Por isso, as colocações da Dra. Tania Kadima causam revolta naqueles que conhecem e acompanham de perto a luta da CASSI pela sua sustentabilidade.
Por mais que os dirigentes administrativos, os funcionários e os profissionais de saúde, que prestam seus serviços na CASSI, sejam abnegados, dedicados e se esforcem ao máximo, todo esse esforço não vai dar conta de atender, de forma adequada, à demanda pelos associados da CASSI, de serviços de saúde de bom nível.   
Atualmente, gerir um plano como a CASSI é como enxugar gelo.
As eleições para a CASSI se encerraram e a Chapa 3 venceu a disputa. 
Auguramos que os vencedores tenham equilíbrio, determinação, muita fé e capacidade de luta no enfrentamento de situação tão adversa.
Por tudo que foi acima exposto, declaro-me extremamente triste e desapontado com a palestra da Dra. Tania Kadima. Não era isso o que eu esperava quando do início de sua exposição.
Se soubesse com antecedência que me defrontaria com uma situação como essa, teria me retirado antes do início de sua palestra.
Não sei quais são os projetos pessoais da Dra. Tania Kadima e do Sr. André Mascarenhas em relação à CASSI, mas declaro textualmente, que não é dessa forma e por esse nível de alienação, no que diz respeito ao que acontece na CASSI, que se chegará a bom termo em relação a qualquer projeto relativo a essa entidade.
Peço desculpas à AAPBB em relação à forma direta e franca  com que retratei as palestras da Dra. Tania Kadima e do Sr. André Mascarenhas, mas acompanho o sentimento da companheira Vania Romeo Tomaz: 
“Meu compromisso maior não é com a AAPBB nem com a CASSI. É com a VERDADE !!”

NOTA deste blogueiro

Reiteramos que este relato retrata a visão pessoal do administrador deste blog. Colocamos ao fim deste artigo, um espaço para comentários, críticas, elogios e contestações, à disposição de qualquer internauta, sejam associados da CASSI, participantes do evento, dirigentes de associações de funcionários e outras entidades, ou a qualquer interessado sobre a matéria em foco que queira externar sua opinião pessoal. 
Lembramos que os comentários devem respeitar estritamente às regras do blog, sem o que não serão publicadas. As respostas serão dadas dentro da possível brevidade.

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